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  • Foto do escritorRenata Gonçalves

Suicídio: Vivência de uma Dor Emocional Intolerável

Muitas vezes julgados (as) por um discurso “pesado”, acabam por manter em silêncio o sofrimento. A palavra é uma forma de simbolizar (manifestar) para que o sujeito não parta para o ato. Quando a pessoa parte para o ato, seja uma agressão ou até mesmo o suicídio, pode ser porque, de alguma forma, não foi possível dar um outro trajeto para esses sentimentos.

Independente do ponto de vista pelo qual é analisado o suicídio, sempre há uma dimensão central relacionada ao sofrimento. O sujeito que realizou o ato de se suicidar abandona atrás de si muitas outras coisas – amigos e familiares – que consequentemente a vida será profundamente atravessada desde o ponto de vista social, emocional e econômico.

Alguns fatores de risco para o suicídio pode ser certas situações clínicas (como doenças crônicas da qual o sujeito fica inabilitado, desfigurado, dolorosas intervenções), personalidade que possuem fortes traços de agressividade e impulsividade, perdas recentes, perdas de membros parentais na infância, fácil acesso a meios letais, conturbações na dinâmica familiar, etc. Pessoas que já tentaram suicídio pode ser um grupo considerado de maior risco para cometer o ato novamente.

Os valores sociais podem interferir como fatores de proteção ou de risco. Por exemplo, sociedades que legitimam a reciprocidade, que propõe incentivos para conversas e são abertas a mudanças e trocas de opinião, parecem proporcionar aspectos mais protetivos frente a possibilidade de ocorrer suicídio. Já em sociedades nas quais pedir auxilio é visto como um sinal de fragilidade acontece o oposto.


Vai muito além de: – “Precisa se animar um pouco, relaxa, todo mundo tem problema!” – “Ah! Para com isso é frescura, falta do que fazer!” – “Eu acho que isso é falta de Deus na sua vida”


A prevenção do suicídio ocorre por meio da diminuição dos fatores de risco e reforço dos fatores ditos protetores, como por exemplo, sentir-se integrado a uma comunidade ou grupo; fazer análise pode auxiliar nas questões emocionais; bons vínculos afetuosos; estar casado ou com companheiro (a) fixo; religiosidade; ter filhos pequenos etc.

O sentimento de “pertencer”, através do sentir-se fortemente ligado a um grupo étnico ou religioso, a uma família ou algumas instituições, a uma comunidade que pode proteger a pessoa do suicídio, nesse sentido, compreende-se que há poucas manifestações do suicídio com sentimentos de desesperança e solidão.

Em análise/psicoterapia, por exemplo, é sobre uma escuta muito individual, no um a um, sobre transformar essa angústia em palavra, procurar por um espaço de escuta aponta cansaço junto a coragem de não querer ficar na mesma, é sobre trabalhar muito em análise. Aponto para a cautela quando por via dos medicamentos tiramos a possibilidade de que o sujeito fale sobre isso.


E então? Quando o sujeito fala “quero morrer” ele está falando do que? Acabar com a angustia? Desfazer daquilo que dói?


Considerar os aspectos que reduz o suicídio é, reconhecer que há possiblidade para oferecer a essas pessoas outras maneiras de enfrentamento, das dificuldades que os direcionam a buscar nesse ato fatal uma solução para seu sofrimento.


Sugiro o texto: Depressão ou Tristeza? Psicoterapia ou Remédio? https://www.blogpsyque.com.br/post/depressao-tristeza


Psicóloga Renata Gonçalves – CRP 06/122453

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